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Bruno Mendes

À saída do centro comercial

Não me interessa muito, na verdade, mas arroz com atum? Enfim, podiam tratar melhor os convidados. Aquecer comida no micro-ondas à nossa frente não me parece nada elegante. É claro que os meus pais estão chateados. Eu também iria embora, no lugar deles.

Estranho, morar num centro comercial, à beira de lojas, ginásio, num piso denso e reluzente. Vou voltar a casa sozinho, de volta aos meus afazeres. Wow! Grande avenida. Raio dos japoneses, a esta hora da noite, apresso o passo, relaxo e para o vazio grito, Filhos da mãe dos japoneses!, wow, para que foi isto, Quem é que estavas a chamar?

Estou no chão, ferido. Levanto-me, pronto, agarro-lhe a camisa pelos colarinhos e deito-o à estrada. Ele está a morrer. Luz amarela de estado grave. 112. Estou na avenida junto à marginal, mesmo à saída do centro comercial, Certo, vamos enviar alguém.