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Bruno Mendes

Já não sinto borboletas

Custa-te alguma coisa mandares-me mensagem antes de ir dormir?, Não tem nada a ver, isso!, Então para de falar com o Agostinho, assume a relação!, Nós vamos ter um problema, Vamos, sim!

Arr, ainda bem que desligou, que eu já me estava a passar com ela! Então você veja que eu namoro com esta mulher há cinco meses e só agora é que ela me diz que fala com o amigo todos os dias, acha normal? Bom, normal, não sei, pode ser, pode não ser, depende da frequência, É todos os dias!, Pois, é complicado, Repare, eu tenho sessenta e cinco anos mas considere-me um eterno jovem, está a ouvir? Eu gosto de viver, sair, está a ver as unhas envernizadas, as sapatilhas, já tive umas da marca que está a usar, Faz bem em tratar-se, Sim, faço gosto, que ainda estou vivo!, ora veja, dava-lhe sessenta anos?, Não, sendo sincero, dar-lhe-ia uns cinquenta, Pois, sabe, mas ela na cama é um descalabro, eu já lhe disse, das cinquenta com que já dormi ela é no máximo a quarenta e cinco, mas eu gosto mesmo dela, ela é liberal, é independente, é uma mulher refinada, sabe do que abdiquei para estar com ela? Não, diga, Sou músico, não tenho problemas com mulheres, Ah, Ainda na semana passada lhe dei umas calças de cento e vinte e cinco euros, íamos comprar um carro a meias, E agora?, Vou tomar um café com ela, Pode ser que corra bem, Não pode, não vai correr, não pode ser, já me dói o ombro, que eu fico louco, vou meter-me num psicólogo, eu não aguento, eu não aguento!

Vou sair aqui, Boa sorte, amigo, Desculpe lá o incómodo, Não tem mal, boa noite, Boa noite.