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Bruno Mendes

Gudejorge

Nesta sala encaixamos convenientemente na cama, de braços abertos. A recolha dos casacos correu bem, excetuando o facto de o meu colega da direita ter tirado o meu casaco.

Gudejorge é o último paraíso da Terra. O chão do polivalente está impecavelmente polido, há espaço para arrumos e as cores dos azulejos são claras e harmoniosas.

Dou-te a minha caneta, Não ta ia tirar, há mais roubos do lado direito.

No meu cacifo tenho apenas uma camisola amarela. Como é habitual, visto-a por cima da minha interior branca, fecho o cacifo e sento-me.

Hoje, a equipa amarela vai ao mar. Comigo, vem um tutor e um rapaz de camisola vermelha.

O tutor está a tentar afogar-nos. Estamos debaixo de água, serenos. Não escolheria morrer de outra forma.