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Bruno Mendes

Linha forcada

Forcado: ponto de bifurcação.

Não reparei em nada, Como assim, vou passar outra vez, Nada, Não viste?

É potente e farfalhudo descobrir um caso secreto de paixão, rodeado de pompa e finos baratos, mas depois há de cair no esquecimento ou repetir-se com outros protagonistas.

O mundo parece cair. Implodiram-lhe os sentidos e havia que contar o que demovia aquele coração incógnito, deliciado com o amor mais intenso alguma vez vivido pelo homem. Ninguém poderia entendê-lo.

Eu estou de fora e entendo. Sei o que sente ele agora, e sei que não o sentirá daqui a três anos, quando viver no estrangeiro com um salário moderado e uma casa confortável. Sei que o sente ele agora porque vive aqui e um dia decidiu olhar para ela, e o resto é história, mas amanhã ele vai mudar de cidade e vai deixar de o sentir, porque tudo isto é orquestrado, o tempo uma linha forcada, o amor um sopro de vento, a vida um ápice.