logo

Bruno Mendes

A praça do infinito

Quando termina este ciclo? Quando o teu corpo se fundir com a noite, o brilho das estrelas não mais cessar e tomar por fim conta dos dias, o xénon dos elétricos refletindo nas fachadas, o halogéneo desfocado no fundo, o silêncio dos teus cabelos e o salutar dos teus lábios, nós os dois sós, completos, caminhando sem pensar nas árvores nuas, nesta brisa fria, na calçada destruída, no ruído dos comboios que nos levam para o infinito.

Dá-me a mão e abraça-me. Deixa-te abraçar pelo azul preto do céu, e por um momento descola do que és agora, aqui, hoje, e decide onde queres estar, aqui, na escuridão, na indiferença, no conforto desta apatia, ou longe desta praça, ligada ao mundo real, às intrigas, ao fingimento, à luz que queima a visão.