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Bruno Mendes

Só tu, ó metropolitano!

Oh, metropolitano. És a minha ponte de contacto com as gentes da cidade, apressadas no seu percurso entre tudo e nada. Travas sempre que me alongo em olhares vazios, mas segues veloz quando só me olho a mim. Pareces sincronizado comigo, mesmo quando corres sem mim. Tens um acordo com o universo para me levares à civilização e me trazeres de volta ao descampado vazio que é a minha existência.

Por isso te agradeço, ó metropolitano. Só tu para me fazeres sentir vivo e realizado, ainda que por breves segundos. Só tu para me fazeres acreditar num futuro realizado e conectado a ti e a ti que me hipnotizais e me deixais logo na estação seguinte. Só tu, ó metropolitano, para me libertares de mim, ainda que por brevíssimos segundos. Só tu, ó metropolitano!